O marketing digital evoluiu bastante nas últimas décadas: de simples anúncios segmentados para jornadas complexas e personalizadas. Mas agora estamos no limiar de uma nova fronteira, a era da agentic AI. Ou seja, inteligências artificiais capazes não apenas de sugerir ações, mas de executá-las autonomamente. Para CMOs e líderes de marketing, isso representa não apenas uma evolução tecnológica, mas uma verdadeira mudança de paradigma: a automação passa a agir, decidir, ajustar e aprender sem supervisão humana constante.
O que é agentic AI e por que isso importa no marketing
Enquanto os modelos de IA tradicionais fornecem sugestões ou suportes (“assistants”), a agentic AI vai além: ela define objetivos, elabora planos, aciona múltiplos sistemas e avalia resultados, tudo de forma autônoma. Segundo análise de especialistas, no relatório divulgado pela Intel, até 33% das aplicações de software corporativo deverão incorporar agentic AI até 2028.
No marketing, isso significa que campanhas, orçamentos, segmentações e criativos podem ser ajustados em tempo real por “agentes” de IA que monitoram desempenho e otimizam automaticamente. Isso não acontece apenas em teoria: a pesquisa do Gartner estima que a agentic AI resolverá 80% dos problemas comuns de atendimento ao cliente sem intervenção humana até 2029.
Benefícios práticos para o marketing
Ao adotar agentic AI, as empresas elevam a eficiência de suas operações e transformam a forma como decisões são tomadas. Diferente das automações tradicionais, que apenas executam comandos predefinidos, os agentes inteligentes são capazes de analisar o contexto. Além de aprender com os resultados e agir de forma autônoma para otimizar campanhas em tempo real.
Isso significa que estratégias de mídia, conteúdo e relacionamento passam a ser ajustadas dinamicamente, conforme mudanças de comportamento do público, variações de custo por clique ou desempenho de criativos. Dessa forma, o marketing se torna um sistema vivo: que aprende, se adapta e reage com velocidade.
Além disso, a agentic AI promove uma integração mais profunda entre dados e criatividade. Ao compreender intenções, padrões de consumo e sinais de compra, os agentes podem gerar recomendações personalizadas, sugerir novos formatos de anúncio ou até identificar oportunidades de posicionamento de marca antes que a concorrência perceba.
O resultado é um marketing mais estratégico, menos operacional e muito mais preditivo, em que decisões não se baseiam em intuição, mas em evidências e automação inteligente.
Desafios, riscos e o alerta dos analistas
Apesar do entusiasmo, o caminho não é isento de riscos. O hype está vivo e a pesquisa do Gartner alerta ainda que mais de 40% dos projetos de agentic AI serão abandonados até 2027, principalmente por falta de valor de negócio claro ou custos elevados.
Entre os principais desafios estão dados fragmentados e infraestrutura deficiente, a escassez de talentos capazes de orquestrar sistemas autônomos e questões de governança e ética, já que decisões sem supervisão humana podem gerar vieses, falhas ou impactos reputacionais. Diante disso, os líderes de marketing precisam adotar uma postura criteriosa e estratégica, não apenas aplicar a IA como um “adesivo tecnológico”.
O que os CMOs devem observar antes de investir
Para extrair valor real da agentic AI no marketing, é fundamental:
- Primeiro, avaliar a maturidade de dados e tecnologia — sem uma base sólida, a agentic AI se torna apenas um ensaio, não um negócio.
- Em seguida, definir casos de uso claros (como ABM automatizado, otimização de mídia ou atendimento conversacional), acompanhados de métricas de sucesso bem definidas.
- Além disso, eleger parceiros que compreendam automação de ponta a ponta — não apenas “assistentes de IA”.
- Paralelamente, estabelecer práticas de governança, métricas de ética e acompanhamento contínuo.
- Por fim, medir resultados: as empresas que superaram a fase experimental observaram ROI real entre 18 e 24 meses após a implementação.
O próximo passo da IA no marketing começa com escolhas inteligentes
A agentic AI representa uma virada estratégica para o marketing e não mais apenas o que a IA faz para você, mas o que a IA faz por você. Porém, o diferencial não estará apenas em adotar tecnologia, e sim em adotar certo.
Para líderes de marketing, o convite é claro: abracem a inovação, sim, mas com visão, governança e propósito. Porque na corrida pela automação inteligente, vencerá quem transformar a IA em motor de decisão e vantagem competitiva, não apenas em mais um gadget.
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